09 de Junho de 2023, 16:12
  -  Sem Caterogia - Sem Cidade
BRASÍLIA Lira negocia apadrinhado do PP na Saúde, mas Lula resiste e tenta negociar

Aliados do presidente da Câmara pressionam por ministério robusto e tentam diluir digitais do centrão em possível indicação

Para tentar avançar nas negociações com o governo, aliados do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), avaliam propor que o PP possa apadrinhar um ministro da Saúde que seja do setor, em vez de indicar diretamente um parlamentar para o comando da pasta.

 

O centrão, grupo liderado por Lira, quer que o presidente Lula (PT) abra espaço na Esplanada dos Ministérios para acomodar integrantes de partidos como PP, União Brasil e, ainda que incerto, o Republicanos.

 

Interlocutores de Lula defendem que as trocas em ministérios sejam feitas separadamente. A ideia é que, com isso, seriam reduzidas as críticas de que o governo federal está atendendo a pleitos do centrão em uma reforma ministerial.

A primeira etapa deve ser a indicação do deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) para o Ministério do Turismo, atualmente comandado por Daniela Carneiro (RJ). Em abril, Daniela pediu desfiliação da União Brasil. Integrantes do partido acreditam que a substituição poderá acontecer na próxima semana.

 

As negociações com o centrão para os demais ministérios ainda estão emperradas. Lula, segundo aliados, quer blindar o Ministério da Saúde, apesar do apetite de cardeais da Câmara. Deputados próximos de Lira reconhecem que, na visão de Lula, o cargo de Nísia Trindade (Saúde) é inegociável —ela nunca teve filiação partidária.

 

A estratégia, porém, é insistir no plano e apresentar a ideia de não indicar um parlamentar, e sim um nome visto como técnico com o apoio do PP.

 

Com isso, aliados de Lira tentam diluir as digitais do centrão na indicação. A troca tem o objetivo de acelerar a liberação de emendas parlamentares e assumir controle do orçamento bilionário da pasta.

 

O grupo de Lira prefere um ministério robusto, em vez de conseguir indicar integrantes do primeiro escalão de pastas menos relevantes.

 

Após a Câmara derrubar parte da estrutura da Esplanada dos Ministérios do governo Lula 3, o Palácio do Planalto fez acenos para atender a pedidos do centrão, inclusive ampliar o espaço do grupo no governo.

Lula entrou na articulação política, se reuniu com Lira e com o líder da União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA). Durante o encontro com Lira, segundo aliados de ambos, o presidente também afirmou que deve fazer mudanças pontuais na Esplanada.

 

No caso do Republicanos, a cúpula do partido tem resistido a entrar no governo, apesar de parte da bancada na Câmara ter a intenção de indicar aliados para cargos no Executivo.

 

Deputados próximos de Lira afirmam que, diante do impasse, o Republicanos deverá ficar com cargos relevantes de segundo e terceiro escalão.

A negociação mais avançada é com Elmar e a bancada da União Brasil.

 

Daniela Carneiro não tem o respaldo do partido para permanecer no Ministério do Turismo. O prefeito de Belford Roxo (RJ) e marido de Daniela, Waguinho, aliado de Lula, ainda tenta sustentar a ministra no cargo. Mas a bancada da União Brasil na Câmara defende de forma quase unânime colocar Sabino no lugar dela.

 

Em troca, Daniela poderá ganhar o poder de indicar nomes para cargos da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) e hospitais federais no Rio de Janeiro.

A situação do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), também era considerada delicada. No entanto, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), segundo relatos, pediu para mantê-lo no cargo.

 

Elmar tem demonstrado que passará a aceitar Juscelino como uma indicação do partido. O ministro também é aliado de Lira.

 

A expectativa é que as negociações de trocas ministeriais sejam retomadas na próxima semana.

A articulação com a União Brasil, segundo integrantes da sigla, deverá reduzir a resistência do partido a apoiar o governo. Ainda não está claro se, com isso, a legenda passará a integrar formalmente a base de Lula.

 

Durante a montagem da Esplanada no final do ano passado, Elmar foi vetado por aliados de Lula. O nome do líder da União Brasil havia sido sugerido pelo grupo de Lira. Com a nomeação de Sabino, Elmar promete atuar para garantir mais votos ao Planalto.

 

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), aliado de Lula, já foi consultado e deu aval à provável indicação de Sabino.

Os dois avaliam que, se assumir a pasta do Turismo, o estado terá grande projeção —Belém (PA) caminha para sediar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025.

 

Nas conversas com Lula, Lira também tem aproveitado para cobrar agilidade nas nomeações de cargos no governo e na liberação de emendas.

 

Articuladores de Lula têm aconselhado o presidente a não descartar mudanças em nenhum ministério que não seja da chamada cozinha palaciana, que contempla a Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais, além da Fazenda.

BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO
BANNER PUBLICITÁRIO